2º Reinado

O golpe da maioridade

O período do 2º Reinado iniciou-se com o Golpe da Maioridade, uma estratégia dos liberais para antecipar o governo de D. Pedro II, quando ele contava com 14 anos de idade, acabando com o período regencial e as revoltas relacionadas a ele. 

Disputas políticas: liberais e conservadores

Durante o 2º Reinado, os grupos políticos dividiam-se nos partidos liberal e conservador:

a) partido liberal: eram favoráveis à descentralização política e maior autonomia das províncias;

b) partido conservador: defendiam a centralização política e um governo forte para impor a ordem.

As disputas pelo poder foram bastante violentas e fraudulentas: as primeiras eleições legislativas do Segundo Reinado foram chamadas de eleições do cacete. Em razão das intensas disputas e o prejuízo que poderiam trazer ao império, D. Pedro II utilizava-se do poder moderador para selecionar os políticos a cada eleição e, então, alternar a posse do poder entre os dois partidos existentes.

Nada se parece mais com um conservador do que um liberal

Apesar de suas diferenças, os partidos conservador e liberal concordavam em alguns aspectos, como:

a) manutenção do direito de propriedade;

b) hierarquias sociais;

c) manutenção da escravidão.

Parlamentarismo às avessas

Consistia na criação de um Parlamento que alternava entre os conservadores e os liberais com função representativa, mas, por meio do poder moderador, D. Pedro II tomava as decisões e, de fato, governava o país. 

Exportação de café

Nesse período, o Brasil era um país agroexportador e utilizava a mão de obra escrava. O principal produto das exportações brasileiras era o café, já que o país dispunha de solo e clima favoráveis para seu cultivo. Além disso, tornou-se um hábito beber café na Europa e nos Estados Unidos, o que contribuiu para que as exportações fossem bem-sucedidas. 

A cultura cafeeira foi, então, se expandindo pelo Brasil, ocupando áreas do litoral do Rio de Janeiro, Vale do Paraíba, Zona da Mata mineira, etc. Esse salto na produção e exportação do café enriqueceu os chamados "barões do café".

Mudança na mão de obra

Com a constante aprovação de leis de caráter abolicionista (Eusébio de Queirós, Ventre Livre, Lei do Sexagenário, Lei Áurea) e a chegada de imigrantes pelos mais diversos motivos, como as unificações alemã e italiana, os sistemas de parceria e colonato e o programa de colônias de ocupação, a mão de obra brasileira deixou de ser escrava e passou a ser imigrante.

Era Mauá

A aprovação da lei Eusébio de Queirós proibia a entrada de africanos escravizados no Brasil, diminuindo os gastos com a compra de escravizados. Junto do capital obtido com a exportação do café, isso significou dinheiro disponível para ser investido. Na época, houve uma tentativa de industrializar o Brasil com a construção de indústrias e outras empresas, promovida principalmente pelo Barão de Mauá. 

Conflitos externos: Guerra do Paraguai

A Guerra do Paraguai foi causada por uma tentativa paraguaia de expansão territorial e conquista de uma saída para o mar. Nela, envolveram-se quatro países da América do Sul: Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai, com os três últimos formando a Tríplice Aliança, apoiados pela Inglaterra (insatisfeita com o poder econômico e militar do Paraguai), para combater o Paraguai. 

Esse violento combate trouxe sérias consequências ao Brasil e ao Paraguai:

a) O Paraguai sofreu um declínio da população masculina, fragilização das indústrias e desorganização política;

b) no Brasil, houve aumento da dívida externa, mais popularidade para o exército e intensificação da causa abolicionista.

Conflitos internos: Revolução Praieira

A Revolução Praieira foi causada pela insatisfação do povo com a concentração de poder nas mãos de poucas famílias. Assim, um grupo de liberais criou o Partido da Praia, que sofreu um ataque dos conservadores: os funcionários praieiros foram demitidos de seus cargos públicos. Estes, no entanto, se recusaram a entregar seus cargos e iniciaram a rebelião conhecida como Revolução Praieira. 

Os praieiros apresentaram suas exigências por meio de um documento chamado de Manifesto ao Mundo: o voto livre e universal do povo brasileiro, liberdade de imprensa, extinção do poder moderador, trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro, entre outros. Houve uma tentativa de conquistar Recife, mas a revolução foi sufocada pelo Império.

Dessa revolta participaram diversas classes sociais: de um lado, as oligarquias provinciais disputavam o poder, enquanto as classes populares expressavam sua indignação com o alto custo de vida, o desemprego e a exclusão política.

Crise do 2º Reinado

O imperador D. Pedro II passou a perder o apoio do exército, da igreja (aumento da intervenção nas questões religiosas do Brasil, em que o imperador se tornou chefe da Igreja) e da elite (abolição da escravidão). Além disso, o descontentamento social com a crise econômica após a queda do preço do café e o alto custo de vida impactava o país.

Todos esses fatores somados a um golpe militar que depôs o imperador, contribuíram na abdicação e exílio de D. Pedro II, dando início à República no Brasil. 

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