Independência do Haiti

De ilha de Hispaniola a São Domingos
Inicialmente ilha de Hispaniola, o Haiti pertencia ao domínio espanhol. Posteriormente, a parte ocidental da ilha foi ocupada pela França e rebatizada de São Domingos. Lá, eram produzidos itens tropicais variados nos grandes latifúndios (plantation) com a mão de obra africana escravizada, além do tráfico de escravos pelo Atlântico, tornando São Domingos responsável pela maior parte do comércio exterior francês
Primeiras rebeliões e o líder L'Ouverture
Apesar de constituirem mais de 80% da população haitiana, os trabalhadores escravizados enfrentavam péssimas condições de vida e trabalho, tendo seus direitos humanos violados. Vendo-se nessa situação, muitos escravos fugiam e se refugiavam em quilombos. Um desses levantes, liderado por Toussaint L'Ouverture, atingiu grandes proporções e coincidiu com a abolição da escravidão nas colônias francesas, realizada pelos jacobinos. Logo, L'Ouverture ascende como uma figura de poder e passa a administrar a ilha.
Dessalines e a proclamação da República do Haiti
Na posição de poder, L'Ouverture tentou reorganizar a ilha, mas suas ideias sofreram forte oposição. Esse período coincidiu com a tomada do poder da França por Napoleão Bonaparte, que restaurou a escravidão nas colônias e enviou soldados para prender L'Ouverture. Surge, então, um novo líder na luta pela independência: Jean-Jacques Dessalines, que, com seu exército, venceu os franceses e proclamou a independência da ilha, batizando-a pelo nome indígena Haiti.
O processo de independência na República do Haiti chamou atenção por se tratar de um movimento conduzido por escravos e de apoio popular. Nesse contexto, destacaram-se como líderes Toussaint L'Ouverture e Jean-Jacques Dessalines. O sucesso na luta pela independência também deixou as metrópoles em alerta ao espalhar o haitianismo, ou seja, o medo de que outras colônias fossem influenciadas pelo Haiti, fazendo, inclusive, com que poucos países reconhecessem a independência haitiana.