Independência e 1º Reinado

Um Brasil independente
As Cortes Constituintes ficaram insatisfeitas ao saber que D. Pedro I permanecera no Brasil e passaram a exigir seu retorno. A elite brasileira, no entanto, beneficiava-se com a estadia de D. Pedro (liberdade de comércio, conservação dos privilégios e ampliação da liberdade administrativa) e, por isso, iniciou um movimento para assegurar sua permanência no Brasil, enviando-lhe um manifesto que pedia que ficasse no Brasil. D. Pedro foi convencido e marcou um importante momento no trajeto para a independência do Brasil, o Dia do Fico.
Mais tarde, no dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro foi novamente pressionado pelas Cortes portuguesas para retornar, enquanto a elite, vendo a ideia da independência tornar-se algo tangível, pedia que ele ficasse. D. Pedro, então, optou pelo rompimento com Portugal, fato que marcou a emancipação política do Brasil.
Essa decisão dividiu as opiniões dos brasileiros, que se separaram em:
a) Partido português: defesa da recolonização (comerciantes e militares);
b) Partido brasileiro: defesa de maior autonomia (grandes fazendeiros).
O início do 1º Reinado
Após determinar a emancipação do Brasil, D. Pedro I tornou-se imperador. O Brasil recebeu apoio dos Estados Unidos (influência da Doutrina Monroe) e da Inglaterra, mas houveram movimentos de resistência dentro do próprio país, nas províncias do Pará, Bahia e Maranhão.
Constituição outorgada de 1824
Agora, no dever de elaborar as leis do Brasil, deputados representantes de várias províncias juntaram-se para discutir a elaboração da Constituição Brasileira, que, quando terminada, limitou os poderes do imperador. D. Pedro, no entanto, não concordava com aquelas propostas e, na manhã seguinte, ordenou o fechamento da Assembleia e a prisão de alguns deputados, confiando a Constituição Brasileira ao Conselho de Estado. A Consituição Brasileira ficou conhecida como outorgada, e determinava o seguinte:
a) o modelo político seria a monarquia hereditária;
b) o voto seria censitário;
c) o Brasil seria governado pelos poderes executivo, legislativo, judiciário e moderador, sendo que este último só poderia ser exercido pelo imperador e tinha poder em relação aos outros três.
Conflitos internos e externos
a) Conflitos internos:
A construção do Estado brasileiro foi dificultada por alguns fatores, como a Confederação do Equador, uma revolução sufocada que criticava o autoritarismo de D. Pedro I e revoltava-se com a crise econômica no nordeste brasileiro. Além disso, o imperador não era bem-visto: a balança comercial do país estava negativa e a inflação aumentava cada vez mais.
b) Conflitos externos:
Outro fator que contribuiu para os desequilíbrios no Brasil foi a derrota na guerra Cisplatina, que consistia em um movimento separatista promovido pela Província Cisplatina (atual Uruguai). Com o apoio dos argentinos, os uruguaios vencem a guerra e tornam-se independentes. Em terras brasileiras, a derrota aumentou as críticas a D. Pedro I e deixou o país endividado.
Abdicação de D. Pedro I
Pressionado pela população, D. Pedro abdicou o trono em 7 de abril de 1831. O governo do Brasil passou para seu filho, D. Pedro II, na época com 5 anos de idade.